domingo, 26 de outubro de 2014

Chuva de domingo

A chuva cai agora a pingos largos, mas sem espantar o calor dessa manhã cinzenta. Refresca-me com aquelas gotas e me aquece com o ar abafado de São Paulo. Acabo incumbindo essa manhã da minha felicidade, pois ela assim, quente e cinza me lembra você. Pelos teus olhos e pelas suas mãos quentes encostando na minha face tentando me acalmar. Logo as nuvens irão se dissipar e assim como você partir deixando rastros. Ao invés de me deixar tomar pela melancolia de não te ter, me envolto da felicidade de lembrar você.

sábado, 25 de outubro de 2014

Cigarros na estante

Você reclamou do cheiro do meu cigarro
Reclamou que voltei a fumar,
Meu amor, por favor entenda, fumo por ti
Porque talvez assim a fumaça encha
Me encha daquilo que você não enche mais

Essa coisa de dizer para a morte que tudo bem
Que estou pronta para partir sem dor
Sem me despedir eu quero ir
Despedidas são desnecessárias e fazem chorar
Não gosto quando choram, muito emocionais.

Talvez quando volte, se voltar algum dia
Possamos conversar sobre a queda
Queda dos meus vícios e minhas quedas
Por ti, talvez assim eu resolva colocar
Todos meus cigarros na estante.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

As revelações que apenas um amor saberia,
"Sei que preferes caminhar com a morte"
Sabia de fato a verdade
O medo não era presente.
Sinto falta
A época era boa
Algumas pessoas se separam.
Como era bom o teu ar
Aquele ar juvenil
Lembra-me as rosas
Tão frágil
O sentimento foi guardado
Seguro
Junto da esperança
Na caixa de Pandora.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Needless to say
Your love is leaving
Your face.

Your eyes turned
Into a deep night
Shades of gray

That soft touch
Looks like stone
Cold and unloved

Vivia

Vivia atoa
Vivia um amor
Vivia tão feliz como a felicidade que só poetas sabem inventar
Vivia fazendo loucuras e sonhos que eu nem conseguia sonhar
Vivia os sonhos tão belos com um sorriso encantador
Vivia um amor por ti
Vivia com olhos verde mar
Vivia com olhos azuis céu
Vivia
Já não vivo mais.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Passei do nível da tristeza atingindo uma profundeza tão obscura que nunca fora alcançada antes. Nada é o bastante para suprir os desejos, nem mesmo há desejos, todos se esvaíram do meu corpo, juntamente com os sentimentos. A comida não passa de ração em minha boca e todo o resto só serve para manter-me de pé. O cigarro não é para apreciação mas sim para antecipação da morte. Me afogo em minha própria miséria sem conseguir encontrar um caminho para fora dessa insanidade absurda que não só me tomou como também todo o ambiente que vivo, ou será que vivo em um ambiente paralelo que a insanidade me levou? A peculiaridade da circunstancia me faz querer mais um trago, me traga o mais forte com a fumaça mais densa, gosto de vê-la dançar.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

As boas vindas a Outubro

Olá outubro,
Que outubro sobrecarregue-nos de horror
Preenchendo nossas pequenas almas
Que o susto bastem para nos suprir
Da falta de amor que nos falta, é primavera
Apesar de ser primavera queremos outros ares
Folhas caídas e não floridas.
Tardes frias e chuvosas, para que seja bom
A companhia de um livro de Poe, talvez
Um café ou um chá variando a cada tarde.
Bem vindo outubro, que nosso mês do horror
Seja tenebroso para todos nós.