sábado, 15 de novembro de 2014

Dia, tarde e cai a noite.

O sol nos queimava sem um pingo de piedade
Nossos corpos quentes molhados pelo calor
Mesmo com o calor, eu não me importava
O momento era tão bom e eu me enchia
Me enchia de felicidade e você me enchia
Me enchia de mimos, me fazendo mais feliz.

A chuva veio lá pelo final daquela tarde
Veio para nos banhar e banhou de paixão
Meu rosto molhado tocava o seu, quente
Nossos corpos tão quentes pelo momento.

Mal sentíamos a chuva fria, refrescante
Você me hipnotizava com seus doces beijos
Se deixava embalar pela música, dançava
Me deixava embalar por ti, acompanhava

Aquele dia foi feito para nós, é certeza
Você arrancava de mim sorrisos sinceros
A noite caiu rapidamente sem que percebêssemos
Assim como a noite eu cai por ti, sem perceber.

Clima tempo

As sombras que ela via e esperava que fossem pessoas na verdade eram galhos das arvores, naquela altura a solidão tinha transformado o barulho do vento que entrava pelas frestas da casa velha em cantiga de ninar. Ela se apegava ao tempo lá fora, sem nunca olhar diretamente para o mundo do outro lado do vidro da janela, olha reflexos, via as cores do quarto mudando pela luz do sol, contudo sem ver a beleza do dia.
Se apegou tanto ao tempo, cada parte dele tinha um significado imenso para ela, se a chuva era fraca e leve era que o tempo queria nina-la. Quando a chuva fosse forte, cheia de trovões e raios era uma bronca das grandes, ela abaixava a cabeça e chorava - nunca gostou de trovões.
As vezes escutava o canto de um passarinho, era uma visita que vinha visitar o tempo. Se apegou ao clima, ele moldava seu humor, pois ela não podia e não conseguia confiar em pessoas. Pessoas que ela confiou passaram, passaram mais rápido que uma chuva de verão.
Muito lhe agravada o clima lá fora, fazia música e para ela cantava, mudava seu quarto de cor trazendo um sentimento novo a cada cor diferente. Passava todos os dias conversando com o clima, sabia se o tempo ia mudar bruscamente ou se seria apenas mais um dia ensolarado.
Experimentou a felicidade com a claridade suave do amanhecer, da qual até se podia ver os raios desenhados saindo da janela e se fixando ao chão. O sol tão vertical do meio dia lhe trazia um certo marasmo, era uma monotonia sem fim, aquele calor fazia com que o tempo passasse devagar. O por do sol, o momento que a trazia alegria, felicidade, até um certo êxtase, como adorava o por do sol.
Quando o dia era tomado por apenas uma temperatura ela se chateava, as coisas tinham que mudar e ela estava preparada para esquentar depois do frio da manha. Ou para um vento forte a tarde com o céu cinza depois de uma manha quente com uma brisa aconchegante.
O clima lá fora da janela se tornou sua família, seu amor e seu único companheiro. Sabia que podia chover ou torrar de calor, mas o clima sempre iria mudar e estar presente ali para ela.

sábado, 8 de novembro de 2014

Supernova

Uma estrela nasce do meu amor,
Apenas uma nuvem de poeira,
Aumentando a temperatura
Até eclodir.

A pequena nuvem agora muda,
Torna-se um pequeno ser
Com massa e propriedades
Algo a se considerar.

A medida que a poeira aumenta
Aumenta também a estrela.
Oh estrela caia sobre mim,
Farei um desejo.

As suas dimensões impressionam
Tudo aquilo foi feito por mim,
Parte por ti que me motivou,
Feito do sentimento.

Conforme crescia a minha estrela
Mais formosa ficava,
Brilhava tão forte no céu
Chega cegava.

Estrela, estrela, deixe brilhar
Vires um formoso astro
Para todas as noites
Me iluminar.

Se morresse no tamanho atual tornaria-se
Nebulosa planetária, apenas um cadáver
Seria nada mais que uma anã branca
Insignificante corpo.

Contudo não era o bastante, sem limites
A minha estrela continuou crescendo
Ultrapassando a massa do sol
Muito arriscado.

Naquelas proporções era inevitável
O fim dela destruiria a mim
Por completo e de uma vez
Supernova

Sua luz se converte no grande Caos
Fazendo com que tudo se volte
Se volte para ti, a luz e todos
Consumindo cada ser.

Independente das proporções e noções
Engolia tudo com uma feroz vontade
Sugando a luz e tudo existente
O fim é eminente.

Posso dizer que eu contribui, ousei
Permiti aumento das proporções
Extrapolando e violando
Algumas menções.

Talvez a culpa disso seja toda minha
Violei as leis naturais que iluminam
Por destronar o Sol e fazer da estrela
Minha grande e única rainha.

Agora vejo-me sendo sugada fortemente,
Junto com tanta poeira que poderia
O céu de novo iluminar,
Para dentro do buraco negro.










terça-feira, 4 de novembro de 2014

Fome insiste

Deslacerando internamente
Crianças nascem chorando
Pedindo o peito da mãe
Clamando pela morte
Daquilo que o mata.

Meia noite
O choro é agudo
O suor escorre pela face
Sofrida e cansada
Noites mal dormidas na angustia.

Sem direitos privados
Privado do básico
O essencial
Faz falta
Sem sobreviver dignamente.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Nirvana

Me falaram sobre uma tal coisa chamada glorificação,
Toda essa besteira de algo que não é tão grandioso.
Vibre com cada acontecimento, sentindo intensamente,
Com cada parte do seu corpo, sinta todos os sentimentos.

Abra a mente para o êxtase que tenta sugar seu corpo,
Os sonhos não são só para a frente do espelho, ouse.
Recriar e imaginar, todos os dias no almoço e jantar,
Para que assim um dia possamos evoluir a um outro patamar.

Nirvana, nirvana,
Veio me chamar para dançar,
Brindando com a solidão
Sob a fraca luz do luar.

Sonhe

Aquela garota tão bela do sorriso fácil carrega dentro de si um abismo do qual ela está sentada balançando as pernas no grande vão. O sorriso dela esconde tantas coisas que são mais complexas que o próprio olhar da garota. Tão bela, com um ar sereno. Me pergunto quais são os sonhos dela. Será que ela consegue sonhar ou o seu mundo já a sufoca tanto que ela nem mesmo consegue fugir?
Para todos os defeitos a solução é não tentar. Não espere nada, principalmente dessas pessoas miseráveis ao seu redor. Desculpe o mundo, pequena. Esse é o negócio dele, a destruição de vidas e frágeis corações.