Já não me restam sentimentos, me apego apenas a esse caderno no qual escrevo tentando recobrar os sentimentos que eu já expressei em paginas anteriores. Não tenho tanto o que falar, já que acabaram os sentimentos escreverei sobre o que vejo e o que observo.
Vidas impacientes presas a uma algema que tem ponteiros e marca as horas. Alguns usam a própria algema, outros usam algo que aprisiona ainda mais, uma telinha que sai uma voz lhe cobrando algo, por certas vezes lhe apressando.
Uns não enxergam nem o ser ao lado, vendo aquele ser como um objeto que atrapalha o seu caminho. Tão fixados em seus mundos imundos preocupados com uma certa sequência de quatro números que já nem têm capacidade de enxergar além da barreira a frente que atrapalha o caminho.
Pobres infelizes, não conseguem nem se quer ver a cor do céu. Se pudessem olhar para cima veriam a imensidão azul, sendo fundo para tantos prédios altos, alguns cinza, outros sustentando uma cor desbotada.
Essa é a minha cidade, cheia, na verdade abarrotada de pessoas que não sabem amar, pessoas que não sabem ver alem das telinhas. O ódio já os consome. Ascenda meu cigarro, por favor. Lhe oferecerei um trago se parar para observar o céu comigo. Vejo seres cinzas, sem muita cor, sem vida, consumidos pela cidade.
Cidade minha, gosto tanto de ti. Mas não entendo, porque consome as pessoas assim?
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